«Embora a fotografia produza imagens que são registo de realidades, não deixa de ser também um meio aberto à colagem, à mistura ou transformação cromáticas, o que Daniela Rocha
explora nesse percurso e mesmo através de computador. Operadora, enquanto técnica e artista, trabalha num domínio aberto da fotografia, acede pluralmente à imagem. Assim se explica e justifica esta nomeação profissional de operadora de imagem». (Prof. Rocha de Sousa)
E com esta bela peça, me lembrei do Construtivismo, um movimento estético criado na Rússia que defendia a negação da arte assimilando as influências do campo industrial. Nas diversas contingências do quotidiano, tal fenómeno construtivista acontece, um olhar que apura e depura,constrói e deconstrói numa sucessão de metamorfoses ou paradoxos sem fim.
A mãozinha de bater à porta batia à porta da casa revisitada e há um infinito tempo que nõa venho aqui. Sabia lá como perante o vagido das crianças: uma pobre instalação elé-ctrica, fingindo o arco de uma por- ta divida a crosta da ruína de uma tinta meio quente, timbrada de es- perança. Em baixo as tais estrutu- ras num num contraponto de diafo- nais, resto de chão, tinta apodre- cida onde a morte se fez sentir. Tempo, sinais de estruturas e con- tra-estruturas, irrecusavelmente a memória de alguém, gestos, remen- dos,um silencio de cemitério não sei como. Já não importa o que foi nem porque a morte se desfoca em primeiro plano.
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E com esta bela peça, me lembrei do Construtivismo, um movimento estético criado na Rússia que defendia a negação da arte assimilando as influências do campo industrial. Nas diversas contingências do quotidiano, tal fenómeno construtivista acontece, um olhar que apura e depura,constrói e deconstrói numa sucessão de metamorfoses ou paradoxos sem fim.
A mãozinha de bater à porta batia à porta da casa revisitada e há um
infinito tempo que nõa venho aqui. Sabia lá como perante o vagido das crianças: uma pobre instalação elé-ctrica, fingindo o arco de uma por-
ta divida a crosta da ruína de uma
tinta meio quente, timbrada de es-
perança. Em baixo as tais estrutu-
ras num num contraponto de diafo-
nais, resto de chão, tinta apodre-
cida onde a morte se fez sentir.
Tempo, sinais de estruturas e con-
tra-estruturas, irrecusavelmente a
memória de alguém, gestos, remen-
dos,um silencio de cemitério não sei como. Já não importa o que foi
nem porque a morte se desfoca em
primeiro plano.
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