«Embora a fotografia produza imagens que são registo de realidades, não deixa de ser também um meio aberto à colagem, à mistura ou transformação cromáticas, o que Daniela Rocha
explora nesse percurso e mesmo através de computador. Operadora, enquanto técnica e artista, trabalha num domínio aberto da fotografia, acede pluralmente à imagem. Assim se explica e justifica esta nomeação profissional de operadora de imagem». (Prof. Rocha de Sousa)
Aplico a esta belíssima fotografia o mesmo comentário que fizera na anterior. O ideal, numa exposição, era haver o modelo construído (ou similar) e a fotografia (talvez di- ta como ponto de chegada. É preciso que a fotografia o seja como prova de uma existência ou como realidade autónoma, sem assumir o papel de intermediára. Rocha de Sousa
A eterna questão do belo é muito bem exemplificada por este "REMENDADO". É que a beleza é quase sempre associada ou comparada com aquilo que o corpo humano é. Mas se escutarmos com atenção ao que certas cicatrizes, flores secas ou simples janelas remendadas nos dizem; poderemos constatar que também elas podem ser belas, quando entendidas na sua individualidade. Quando tu registas qualquer um destes elementos, não pensas na sua pele original mas sim na que está por debaixo, revelando a beleza oculta. E logo passa a ser parte da tua identidade.
Tens um olhar naturalmente metamórfico, Daniela: ao teu clique, um elemento aparentemente feio exalta a beleza camuflada, com a mesma naturalidade que a larva se transforma numa borboleta.
Isto não é um remendo. Isto é uma belíssima criação!
2 comentários:
Aplico a esta belíssima fotografia
o mesmo comentário que fizera na anterior. O ideal, numa exposição, era haver o modelo construído (ou
similar) e a fotografia (talvez di-
ta como ponto de chegada. É preciso
que a fotografia o seja como prova
de uma existência ou como realidade
autónoma, sem assumir o papel de intermediára.
Rocha de Sousa
A eterna questão do belo é muito bem exemplificada por este "REMENDADO". É que a beleza é quase sempre associada ou comparada com aquilo que o corpo humano é. Mas se escutarmos com atenção ao que certas cicatrizes, flores secas ou simples janelas remendadas nos dizem; poderemos constatar que também elas podem ser belas, quando entendidas na sua individualidade.
Quando tu registas qualquer um destes elementos, não pensas na sua pele original mas sim na que está por debaixo, revelando a beleza oculta. E logo passa a ser parte da tua identidade.
Tens um olhar naturalmente metamórfico, Daniela: ao teu clique, um elemento aparentemente feio exalta a beleza camuflada, com a mesma naturalidade que a larva se transforma numa borboleta.
Isto não é um remendo.
Isto é uma belíssima criação!
Amo-te maningue,
Miguel
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